Wall Street fecha em queda antes de dados cruciais de inflação

As ações dos EUA fecharam marginalmente em baixa na segunda-feira, antes da divulgação de dados cruciais de inflação na terça-feira. Continue a ler para saber mais sobre esta e outras notícias.

Mercados dos EUA focam-se nos dados de inflação

Na segunda-feira, os principais índices de Wall Street recuaram ligeiramente, enquanto os investidores aguardavam os dados cruciais de inflação de terça-feira e o seu potencial impacto nas taxas de juro.

O S&P 500, Nasdaq e Dow Jones recuaram 0,25%, 0,30% e 0,45%, respetivamente.

Na sequência de um relatório de emprego decepcionante no início deste mês, que sinalizou fraqueza no mercado laboral e levou o Presidente Trump a demitir o diretor do Bureau of Labor Statistics (BLS), as expectativas de que a Reserva Federal corte as taxas na sua próxima reunião aumentaram acentuadamente.

De acordo com a ferramenta FedWatch da CME, os mercados estão a precificar uma probabilidade de 84% de que a Fed corte as taxas em 25 pontos base na sua reunião de setembro.

Uma leitura de inflação mais baixa na terça-feira apoiaria o argumento para reduzir as taxas. Contudo, espera-se que a inflação anual tenha aumentado mais rapidamente em julho do que no mês anterior, num sinal de que as tarifas podem estar a repercutir-se nos consumidores.

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) deverá ter registado uma subida de 2,8% em termos anuais em julho, comparativamente aos 2,7% de junho.

Por sua vez, o IPC subjacente – que exclui os preços voláteis dos produtos alimentares e da energia e é considerado uma medida da inflação subjacente – deverá ter registado uma subida de 3,0% nos 12 meses até julho, comparativamente aos 2,9% de junho.

Extensão da trégua comercial entre os EUA e a China

Paralelamente, na segunda-feira, o Presidente Trump assinou uma ordem executiva que prorroga a trégua comercial entre Washington e Pequim, que estava prevista expirar.

Ao abrigo do acordo, as tarifas mais elevadas permanecerão suspensas por mais 90 dias enquanto as duas maiores economias mundiais prosseguem as negociações sobre o comércio. Contudo, os EUA manterão tarifas sobre as importações chinesas em 30%, enquanto a China aplicará uma taxa de 10% sobre as importações dos EUA.

No início de segunda-feira, foi noticiado que os fabricantes de semicondutores Nvidia e AMD concordaram em pagar ao governo dos EUA 15% das receitas geradas pela venda de chips na China, em troca de licenças de exportação para este mercado fundamental.

Anteriormente, Washington tinha utilizado controlos de exportação para restringir as vendas de chips de elevado desempenho utilizados em inteligência artificial (IA) à China por motivos de segurança nacional.

Em abril, Trump proibiu as vendas do chip H20 da Nvidia e do chip MI308 da AMD à China. Contudo, no mês passado, estas proibições foram levantadas, tendo a China também aliviado as restrições de exportação sobre terras raras.

Ações de lítio disparam

A notícia de que a gigante chinesa de baterias Contemporary Amperex Technology (CATL) havia interrompido a produção numa importante mina de lítio na China fez disparar as ações de lítio na segunda-feira, em meio a especulações de que Pequim poderá estar a procurar conter a sobreprodução.

A CATL afirmou que estava a procurar renovar a sua licença para a mina de Jianxiawo, que representa 6% da produção mundial. A sua licença anterior para a mina expirou a 9 de agosto.

A Tianqi Lithium e a Ganfeng Lithium, cotadas em Hong Kong, encerraram a segunda-feira com subidas de 18% e 21%, respetivamente, com a australiana Liontown Resources também a registar uma subida de 18%. Contudo, os três índices cederam parte destes ganhos na manhã de terça-feira.

Nos EUA, a Albemarle foi a segunda melhor performance do dia no S&P 500, valorizando 7%, enquanto a chilena Sociedad Quimica y Minera registou um ganho de quase 9%.

Após atingirem máximos históricos em 2022, os preços do lítio desabaram mais de 80%, dado que o mercado enfrenta excesso de oferta e procura mais fraca do que o esperado por veículos eléctricos.

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