Mercados celebram acordo EUA-China para reduzir tarifas

A maior notícia de ontem surgiu após conversações de fim de semana em Genebra entre representantes dos EUA e da China. Continue a ler para saber mais sobre isto, anúncios económicos importantes da semana que se aproxima e notícias dos anúncios de resultados da semana passada.

Este material é apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento financeiro. Consulte um consultor financeiro antes de tomar decisões de investimento.

Wall Street dispara com alívio nas tarifas

Ontem, as duas maiores economias do mundo anunciaram que iriam reduzir as tarifas durante os próximos 90 dias. Os EUA irão baixar as tarifas sobre as exportações chinesas de 145% para 30%, enquanto a China irá reduzir os seus direitos de retaliação de 125% para 10%.

A notícia fez Wall Street disparar na sessão de segunda-feira, com esperanças de que os EUA desescalem a sua guerra comercial com a China.

O Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq Composite fecharam a sessão com ganhos de 2,81%, 3,26% e 4,35%, respetivamente. Estes ganhos impulsionaram os três índices para níveis superiores aos que se encontravam antes do anúncio do "dia de libertação" das tarifas pelo Presidente Trump a 2 de abril.

As ações tecnológicas de grande capitalização estiveram entre as maiores beneficiárias da notícia, com as denominadas ações Magnificent Seven a acrescentarem um valor agregado de $837.5 mil milhōes em capitalização de mercado durante a sessão. Os ganhos foram maiores para as empresas com elevada exposição à China, com a Meta e a Amazon a valorizarem 7,92% e 8,07%, respetivamente.

Entretanto, o ouro caiu 1,22%, enquanto o franco suíço e o iene japonês perderam terreno face ao dólar dos EUA, descendo 1,45% e 1,67%, respetivamente, à medida que os investidores reduziram a exposição a ativos de refúgio. O Índice do Dólar, que mede o valor da moeda americana contra um cabaz de divisas estrangeiras, subiu 0,97%.

Anúncios Económicos

Esta semana assistiremos a vários anúncios económicos importantes. Hoje, após a decisão da Reserva Federal na semana passada de manter as taxas de juro inalteradas, os investidores aguardam as mais recentes informações sobre os dados da inflação dos EUA. 

Espera-se que a inflação geral anual e a inflação subjacente nos EUA tenham permanecido estáveis em abril, inalteradas em relação ao mês anterior, em 2,4% e 2,8%, respetivamente.  

Depois, na quinta-feira, o Gabinete de Estatísticas Nacionais do Reino Unido (ONS) anunciará os dados do Produto Interno Bruto para o primeiro trimestre.

Estes últimos dados do PIB chegam após a decisão do Banco de Inglaterra (BoE) da semana passada de cortar a sua taxa base pela quarta vez desde o verão passado, numa tentativa de estimular o crescimento económico. Nos primeiros três meses do ano, espera-se que o PIB do Reino Unido tenha crescido 0,6% em relação ao trimestre anterior e 1,2% em termos homólogos 

Como sempre, qualquer desvio dos resultados esperados destes anúncios poderá provocar uma reação no mercado. 

Observação de Resultados

A época de resultados continuou na semana passada, com várias empresas dos EUA a anunciarem resultados trimestrais para os primeiros três meses do ano. Vamos analisar mais detalhadamente alguns dos anúncios.

Disney

Na quarta-feira da semana passada, a Walt Disney Company anunciou os resultados para o seu segundo trimestre fiscal, que superaram significativamente as expectativas.

A receita aumentou 7% para $23,62 mil milhões, enquanto os Lucros por Ação (EPS) ajustados subiram 20% para $1,45. Os analistas esperavam que estes valores fossem reportados em $23,14 mil milhões e $1,20, respetivamente.

Em meio à incerteza económica e ao enfraquecimento do sentimento do consumidor nos EUA, a receita dos parques e experiências domésticos aumentou 9% em relação ao ano anterior, enquanto as subscrições do Disney+ cresceram 1% em relação ao trimestre anterior, apesar dos aumentos de preços.

À luz dos resultados positivos, a Disney observou uma forte perspetiva para o resto do ano, elevando a sua previsão de EPS para o ano fiscal de 2025 para $5,75, o que representaria um aumento de 16% em relação ao ano anterior. O gigante do entretenimento também revelou planos para construir um novo parque temático em Abu Dhabi, o seu primeiro empreendimento deste tipo no Médio Oriente.

Não obstante, a Disney observou que continuava a "monitorizar desenvolvimentos macroeconómicos para potenciais impactos no nosso negócio e reconhecemos que a incerteza permanece no ambiente operacional".

Uber

Também na quarta-feira, a Uber anunciou resultados mistos do primeiro trimestre, nos quais a receita ficou abaixo das expectativas. 

A receita aumentou 14% para $11,53 mil milhões, enquanto o EPS passou para $0,83 de uma perda de $0,32 no ano anterior. Embora o EPS tenha superado significativamente as expectativas dos analistas de $0,50, a receita ficou aquém dos $11,62 mil milhões antecipados.

Apesar da receita abaixo do esperado, a Uber forneceu orientações otimistas para o trimestre atual. Disse que antecipa reservas brutas entre $45,75 mil milhões e $47,25 mil milhões; os analistas estavam a esperar $45,85 mil milhões.

O CEO Dara Khosrowshahi afirmou que a empresa vê os veículos autónomos (AVs) como "a maior oportunidade à frente para a Uber". Ele observou ainda que a Uber tinha atingido uma "taxa anual de 1,5 milhões de viagens de Mobilidade e Entrega com AV", tendo já lançado viagens de robotáxi em alguns mercados dos EUA.

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