Trump, tarifas e o Fed: O que pode esperar?
O candidato republicano Donald Trump é o presidente eleito após sua vitória contra a candidata democrata Kamala Harris. Durante sua campanha eleitoral, Trump compartilhou alguns detalhes sobre seus planos de política financeira, que parecem seguir o padrão das políticas implementadas durante seu primeiro mandato em 2016.
Neste artigo, revisaremos o que o presidente eleito Donald Trump declarou até agora sobre as políticas financeiras.
Índice
- Potenciais tarifas dos EUA criam turbulência no mercado
- A China reagirá a potenciais tarifas dos EUA?
- Preocupações no México sobre novas tarifas
- Goldman Sachs diz que outros países asiáticos podem sofrer tarifas
- Trump vs Reserva Federal: Haverá conflito?
- Negociando Dólar americano, ouro e ações dos EUA com a Admiral Markets
Potenciais tarifas dos EUA criam turbulência no mercado
Um dos principais pontos de Donald Trump durante sua campanha foi o objetivo de revitalizar a economia dos EUA. Ele reiterou sua crença de que a economia do país sofre porque as empresas tendem a mover suas fábricas para países como o México, enquanto a China aproveita a situação para vender seus produtos no mercado americano a preços mais baixos que os concorrentes dos EUA. Trump afirmou que, em sua opinião, isso custou muitos empregos aos americanos, levando-os ao desemprego.
Em seu primeiro mandato, iniciado em 2016 e finalizado em 2020, Trump impôs várias tarifas sobre uma série de produtos importados. Após sua posse em 20 de janeiro, é provável que ele continue a política de seu primeiro mandato, que visa tornar os produtos importados mais caros. Com isso, ele acredita que muitas empresas poderiam mover suas linhas de produção para os EUA, criando mais empregos para os residentes americanos e fortalecendo a economia.
A China reagirá a potenciais tarifas dos EUA?
Se o governo dos EUA impor impostos adicionais sobre produtos estrangeiros, não é segredo que a China seria o principal alvo. As autoridades chinesas já estão se preparando para o impacto, tendo revelado novas medidas destinadas a impulsionar sua economia em dificuldades.
O presidente da China, Xi Jinping, parabenizou Trump por sua vitória e afirmou que os dois países devem "se dar bem na nova era. Uma relação China-EUA estável, saudável e sustentável é do interesse comum de ambos os países e está alinhada com as expectativas da comunidade internacional.”
Por enquanto, a China parece estar avaliando a situação. Seu plano de estímulo recém-anunciado não satisfez os mercados globais, já que os investidores acharam que ele não era forte o suficiente para estimular a economia do país. No entanto, alguns dizem que o governo chinês pode ter agido dessa forma de propósito, até que o novo presidente dos EUA revele seus planos.
Apesar das palavras positivas de Xi, a realidade parece sombria. Durante sua campanha eleitoral, o presidente eleito dos EUA disse que prevê tarifas de 10% sobre todas as importações de bens — e até 60% e 100% para a China e o México, respectivamente. Espera-se que as tarifas sejam impostas a muitos produtos, como carros, aviões, alimentos e tecnologia, para citar alguns.
Por exemplo, Trump disse: “Quero que as empresas automobilísticas alemãs se tornem empresas automobilísticas americanas. Quero que construam suas fábricas aqui.” Por outro lado, algumas empresas, como a Airbus, sugeriram que estão prontas para repassar os custos extras aos compradores, tornando as compras mais caras.
Preocupações no México sobre novas tarifas
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, prometeu buscar boas relações com os Estados Unidos, que são o principal parceiro comercial do México. Sheinbaum também pediu aos mexicanos que permaneçam calmos, afirmando que "não há motivo para preocupação" logo após a vitória de Donald Trump. Não é segredo que muitas empresas operam fábricas no vizinho do sul dos EUA, beneficiando-se de baixos custos trabalhistas e tributários. Simultaneamente, migrantes vindos ou passando pelo México para se dirigir ao norte provavelmente serão uma grande parte das discussões bilaterais entre os dois países.
O peso mexicano despencou após o anúncio do resultado das eleições nos EUA, perdendo 3% de seu valor em relação ao dólar americano, já que investidores e traders sugerem que a decisão do novo presidente dos EUA em relação às tarifas poderia prejudicar a economia mexicana. O peso mexicano continua enfraquecido em relação ao seu rival americano. Antes que a poeira baixasse, a Honda, que possui um centro de fabricação no México, afirmou que novas tarifas levariam a custos mais altos, observando que “talvez optemos por produção em outro lugar, que não esteja sujeito às tarifas dos EUA.”
O Ministro da Economia do México, Marcelo Ebrard, afirmou que o governo mexicano consideraria retaliar contra potenciais tarifas dos EUA. Em 11 de novembro, ele foi citado dizendo: “Se você me impuser tarifas de 25%, terei que reagir com tarifas. Se você aplicar tarifas, teremos que aplicar tarifas. E o que isso traz para você? Um custo gigantesco para a economia da América do Norte.”
Goldman Sachs diz que outros países asiáticos podem sofrer tarifas
Analistas do Goldman Sachs destacaram recentemente que as tarifas dos EUA sob a administração de Donald Trump podem não se limitar a produtos chineses, sugerindo que "déficits bilaterais crescentes poderiam eventualmente levar os EUA a impor tarifas sobre outras economias asiáticas."
Em sua nota, destacaram o impacto potencial sobre Coreia, Vietnã e Taiwan, que registraram crescimento significativo no comércio com os EUA. Eles também observaram que “os parceiros comerciais asiáticos podem tentar desviar a atenção... direcionando importações para os EUA, sempre que possível” para mitigar os efeitos dessas tarifas em suas economias.
Trump vs Reserva Federal: Haverá conflito?
Outra grande questão será a relação entre Donald Trump e a Reserva Federal (Fed). O chefe do Fed, Jerome Powell, foi indicado para o cargo, substituindo Janet Yellen, durante a primeira presidência de Trump. Embora alguns esperassem que o relacionamento entre Powell e Trump fosse bom, Trump já expressou suas preocupações sobre as decisões de política monetária do Fed desde 2018.
O presidente eleito dos EUA parece querer ter voz quando se trata de políticas financeiras implementadas pelo Fed. No passado, Trump pediu uma política de juros baixos, contrastando com os movimentos “hawkish” do conselho do Fed. Alguns analistas sugerem que o sucessor de Joe Biden poderia minar a independência do Fed, enviando uma mensagem errada aos mercados globais. Falando à Bloomberg em outubro de 2024, Trump disse: “Acho que tenho o direito de dizer se acho que você deveria subir ou descer um pouco. Não acho que deveria ser permitido ordenar, mas acho que tenho o direito de opinar se as taxas de juros devem subir ou descer.”
Jerome Powell deve deixar seu cargo em maio de 2026, com Trump insinuando que não apoiaria um possível segundo mandato. Logo após o anúncio da vitória de Trump e durante uma coletiva de imprensa, Powell foi questionado por repórteres se renunciaria caso Trump pedisse. O chefe do Fed respondeu com um “não”, acrescentando que isso não seria permitido por lei.
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