Os Mercados Continuam a Oscilar em Sessão de Segunda-feira Caótica

No que diz respeito às sessões de trading em Wall Street, a de segunda-feira foi emocionante.

As ações oscilaram; inicialmente caíram, depois subiram e, em seguida, caíram novamente. A volatilidade disparou à medida que o "índice de medo" de Wall Street passou a vermelho. Os rumores abundavam, antes de serem oficialmente desmentidos como "notícias falsas", e foram feitas ameaças de ainda mais tarifas.

Vamos dar uma olhadela no que aconteceu nos últimos dias, com mais detalhe.

"Dia da Libertação"

"Compatriotas americanos, este é o Dia da Libertação"

Na última quarta-feira, 2 de abril, o presidente dos EUA, Donald Trump, esteve no Jardim das Rosas da Casa Branca e, através do uso de poderes de emergência, anunciou novas tarifas abrangentes contra os parceiros comerciais dos EUA. 

As novas medidas incluíam uma tarifa base de 10% sobre todas as importações para os EUA, bem como taxas mais elevadas sobre os países que têm um défice comercial particularmente elevado com Washington, os chamados "piores infractores".

Como era amplamente esperado, os primeiros na linha de fogo foram a UE e a China. No total, cerca de 60 nações foram visadas para tarifas mais elevadas, incluindo Japão, Coreia do Sul, Madagáscar, Vietname e Moldávia.

Assim, o mundo aproximou-se de uma guerra comercial em plena escala e muitos economistas soaram o alarme sobre uma potencial recessão. O efeito nos mercados de ações foi rápido e os investidores procuraram precificar essas preocupações.

As Acções Globais Desabam

Na quinta-feira, as ações globais caíram a pique. Na sexta-feira, caíram novamente.

Ao longo dos dois dias, o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq Composite desceram 9,3%, 10,5% e 11,4%, respetivamente.

Do outro lado do Atlântico, o FTSE 100, DAX e CAC 40 registaram perdas, nos dois dias, de 6,4%, 7,8% e 7,4%, respetivamente.

O índice japonês Nikkei 225 caiu 5,4% ao longo das duas sessões.

Na quinta-feira, o Shanghai Composite caiu para uns modestos 0,2%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong desceu 1,5%. Ambas as bolsas foram poupadas das perdas de sexta-feira, uma vez que os mercados permaneceram fechados devido a um feriado nacional.

Volatilidade do Mercado na Segunda-feira

Após o descanso do fim de semana, os mercados reabriram na segunda-feira. Na Ásia e na Europa, as ações começaram a semana da mesma forma que tinham terminado a anterior.

O Nikkei 225 fechou a sessão numa baixa de 3,4%. O Xangai Composite e o Hang Seng, depois de falharem a queda de sexta-feira, fecharam a sessão de segunda-feira em baixa, com 7,3% e 13,2%, respetivamente.

Depois, abriu Wall Street e... o dia tornou-se estranho.

Como era de se esperar, as ações dos EUA abriram significativamente mais baixas.

O Índice de Volatilidade CBOE (VIX), conhecido como o "índice do medo", que mede a volatilidade esperada do mercado dos EUA, disparou para mais de 60. Como ponto de referência, uma leitura acima de 30 é tipicamente considerada elevada. 

Pouco depois das 10h, a bolsa de valores começou a disparar. Circulava um boato de que Trump estava a considerar uma pausa de 90 dias nas tarifas para todos os países, exceto a China.  

No entanto, a subida foi de curta duração. A Casa Branca desmentiu rapidamente o relatório e aproveitou a oportunidade para rotulá-lo de "notícias falsas". As ações, subsequentemente, oscilaram, o que levou à perda dos ganhos anteriores.

Antes que o dia terminasse, houve ameaças de Trump de mais tarifas contra a China, em resposta à decisão de Pequim de impor uma tarifa recíproca de 34% sobre as exportações dos EUA.

"Se essa tarifa não for removida até amanhã ao meio-dia, vamos aplicar uma tarifa de 50 por cento acima das tarifas que já impusemos".

Apesar da loucura de segunda-feira, o S&P 500 e o Nasdaq fecharam a sessão relativamente estáveis, com uma perda de 0,2% e um ganho de 0,1%, respetivamente. O Dow caiu 0,9% durante a sessão.

As Vendas Ampliam-se para Outros Ativos

Não são apenas as ações que reagiram negativamente aos mais recentes anúncios de tarifas de Trump.

Nas três sessões desde o anúncio de quarta-feira, as referências de crude Brent e WTI escorregaram 14,3% e 14,6%, devido a preocupações sobre as consequências para o crescimento global. O cobre, tipicamente visto como um indicador da saúde económica, perdeu 14,8% ao longo das três sessões.

Embora o Dollar Index, que mede o dólar em relação a um cabaz de moedas estrangeiras, tenha caído 1,6% na quinta-feira, recuperou terreno nas sessões seguintes.

Mesmo os ativos que normalmente são considerados refúgios seguros não ficaram imunes ao ímpeto de venda.

Os preços do ouro dispararam em 2025; no entanto, o metal brilhante não conseguiu evitar as consequências dos anúncios das tarifas de quarta-feira. Nas três sessões seguintes, os preços do ouro caíram 5,4%.

Foi possível observar uma reação semelhante nos títulos do governo dos EUA. Os Títulos do Tesouro dos EUA a 10 Anos caíram 3,1% na quinta e na sexta-feira da semana passada. No entanto, recuperaram na sessão de ontem.

A reação negativa nos ativos de refúgio seguro sugere que alguns investidores estão a optar por evitar tudo, exceto dinheiro vivo.

O que Esperar Esta Semana

Apesar das ameaças de Trump de mais tarifas sobre os produtos chineses, Pequim manteve-se firme hoje e prometeu "lutar até ao fim" se Washington levar a cabo as suas ameaças.

Esta manhã, os mercados asiáticos recuperaram terreno, à medida que o otimismo aumenta de que o Japão possa conseguir negociar um acordo com Washington sobre as tarifas. As matérias-primas também começaram bem a sessão, na manhã de terça-feira.

Para o resto da semana, a única certeza parece ser que continuará a haver incerteza. Os traders devem esperar que a volatilidade permaneça elevada e tomar as precauções necessárias, se optarem por negociar.

Lembre-se que, embora a volatilidade superior possa apresentar oportunidades adicionais, também aumenta significativamente os riscos associados ao trading. Para aqueles que já investiram no mercado, tentem manter a calma. Os investidores devem tentar manter-se racionais e evitar tomar decisões baseadas no medo.

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